Sou um cronista do cotidiano. Nos textos que dou publicidade procuro refletir sobre os mais diversos aspectos do comportamento humano, na tentativa de encontrar a compreensão para atitudes, sentimentos e emoções, que dominam nossa vivência. Sem a pretensão de me colocar como um filósofo, vagueio pela capacidade de pensar, formulando conceitos, dialogando comigo mesmo e construindo opiniões e definindo convicções sobre a vida.

Sou aberto ao diálogo, ouvinte atento dos argumentos em contrário do que defendo, e não terei nunca qualquer constrangimento em admitir que esteja errado se for convencido com fundamentos esclarecedores. No entanto, isso jamais acontecerá quando, ao invés do debate, for provocado a entrar numa discussão acirrada, numa guerra de palavras com ausência total de racionalidade, imperando exclusivamente a agressão gratuita, o xingamento, o desrespeito, a ironia. Decidi não participar de “bate boca” alimentado pelas paixões que estimulam o ódio.

Por isso, mesmo continuando a emitir minhas opiniões sobre política, não me colocarei no confronto radical com quem quer que seja, quando colocado em campo contrário ao meu. Principalmente quando se tratar de alguém que desejo preservar a amizade e continuar depositando meu sentimento de apreço, consideração e respeito. A política não me conduzirá a construir inimizades.
Rui Leitão é jornalista e escritor