Todo ser humano sonha com a liberdade, seja no campo político e social, quanto no que diz respeito à individualidade. Entretanto a liberdade nunca poderá ser vivida de forma absoluta, porque está sempre condicionada à observância de limites morais e racionais impostos para que se possa viver bem em sociedade.
Mas a aspiração maior de qualquer pessoa é ser independente, nunca estar presa a outros por submissão, servidão ou subserviência. Ser autônomo para agir conforme as suas vontades, desde que obediente às leis e às condições determinadas pela realidade, respondendo assim por suas atitudes. O comportamento do ser livre não pode permitir os excessos, nem transgressões morais e éticas, porque aí viria causar consequências reprovadas pela comunidade em que vive.
A liberdade plena está no pensar. Até porque no exercício do raciocínio está a capacidade de criar, inovar, propor mudanças. A criatividade exige coragem e determinação. A liberdade, portanto, é muito mais vinculada aos desejos. Nem sempre o que o livre pensar nos estimula a fazer é possível realizar. Porque não somos donos da nossa própria vida. Mas não devemos abrir mão da nossa capacidade de refletir e atuar sem a influência de ideias alheias. Isso é o que chamamos de liberdade de pensamento.
O pior dos desrespeitos à liberdade é a censura, a proibição de que se possa exprimir livremente suas opiniões e conceitos. Nada justifica impedir a manifestação livre do pensamento, mesmo quando em desacordo com os conceitos estabelecidos como verdadeiros pela maioria. Se não tivermos sequer a liberdade de manifestar nosso pensamento, aí sim seremos indivíduos condenados à escravidão diante dos poderosos e fanáticos, que não admitem contestações ou críticas.
Rui Leitão é jornalista e escritor
