Nunca havia ganhado um presente desse... Nem sabia que o nome com que fui batizado seria um pentassílabo. De poesia, no sentido técnico-formal, entendo pouco. Mas a sinto muito. Na música acontece o mesmo, com algumas pessoas, que são capazes de se extasiar apenas ouvindo-a, sem noção alguma de como foi escrita. Entendem-na por outros canais.
A linguagem da emoção é tão sublime que transcende a forma. Obviamente os que se aprofundam nas técnicas de música e literatura percebem as obras de um ângulo diferente. Possuem olhar profundo, que disseca, faz autópsia no corpo e na alma da poesia. Quando a professora Ângela Bezerra de Castro apresentou o livro Bazar de Sonhos, com crônicas de minha autoria, eu lhe disse: “Você fez uma cintilografia dos textos”. Assim acontece com os estudiosos da música. Percebem coisas que o ouvinte leigo não escuta.
Mas, a emoção, a recepção, o bem que se sente diante das obras notáveis, seja na música, na poesia, nas artes plásticas, transcende a qualquer conhecimento técnico. Certamente porque os artistas buscam não somente a satisfação interior. Seria egoísmo. Eles são cientes da capacidade de provocar sensações no outro. E sabem que elas acontecem nos mais variados níveis. Ai da obra se não fosse o espectador...
Pois bem, o presente que ganhei veio de alguém que entende muito de poesia. Alguém que sabe o trabalho que Dante teve para escrever em tercetos e Camões em oitavas. Assim como um músico percebe quando a melodia soa uma oitava acima.
Ficar sabendo de que meu nome é um pentassílabo que se associa a outro, para formar um hendecassílabo, bem ao sabor medieval de Gil Vicente, fez parte do presente. Um presente recebido de um “arquiteto das letras” que sempre deveria ser lido acompanhado por flauta e lira.
Chegou a hora de revelá-lo. Assim como revelar a minha humilde gratidão por não merecer tão valioso regalo, que será guardado nas melhores lembranças, eternas como as calendas e o tear de Penélope.
Foi o que recebi de Milton Marques Júnior:
“Seu nome traz consigo o gosto e a arte da crônica, em que se esmera nos brindando com límpidos diamantes, na clareza de sua habilidosa expressão escrita.
Mas o nome também lhe traz o amor pela harmonia, que ele descobre e realiza na sua outra grande paixão artística que é a música: GerMAno RoMEro é um pentassílabo perfeito capaz de, ao lado de outro pentassílabo, croNISta arquiTEto, que bem o definiria, formar o mavioso hendecassílabo com que intitulo o seu perfil.
Inquieto, hiperativo, mas produtivo, Germano em tudo põe a marca de sua perfeição, qualidade que o destaca, na harmonia do que escreve, do que projeta ou mesmo na maneira de falar.
Elegante no vestir e no gesticular, vejo-o como alguém que encarnaria o romano patrício, para quem a toga, antes de ser uma peça do vestuário, era um modo claro de expressar a sua sobriedade de modos o mos maiorum, o costume dos antigos, tão esquecido nestas modernidades pandêmicas.
Germano, além de tudo, expressa gentileza, generosidade e gratidão, que revela na maneira dedicada com que cuida da memória do pai, fazendo-se, por exemplo, editor do Ambiente de Leitura Carlos Romero, atualmente abrigando uma gama de escritores de excelência comprovada e rastreados pelo seu faro afinado.
Não é à toa. Diferentemente e com o perdão do poeta de “Vou-me embora pra Pasárgada”, que confessou publicamente ser arquiteto falhado e músico falhado, Germano fez-se arquiteto pleno e músico que engoliu um piano, mas cujo teclado, com todos os seus sustenidos e bemóis, vibra em cada uma de suas artérias."
Mas o nome também lhe traz o amor pela harmonia, que ele descobre e realiza na sua outra grande paixão artística que é a música: GerMAno RoMEro é um pentassílabo perfeito capaz de, ao lado de outro pentassílabo, croNISta arquiTEto, que bem o definiria, formar o mavioso hendecassílabo com que intitulo o seu perfil.
Inquieto, hiperativo, mas produtivo, Germano em tudo põe a marca de sua perfeição, qualidade que o destaca, na harmonia do que escreve, do que projeta ou mesmo na maneira de falar.
Elegante no vestir e no gesticular, vejo-o como alguém que encarnaria o romano patrício, para quem a toga, antes de ser uma peça do vestuário, era um modo claro de expressar a sua sobriedade de modos o mos maiorum, o costume dos antigos, tão esquecido nestas modernidades pandêmicas.
Germano, além de tudo, expressa gentileza, generosidade e gratidão, que revela na maneira dedicada com que cuida da memória do pai, fazendo-se, por exemplo, editor do Ambiente de Leitura Carlos Romero, atualmente abrigando uma gama de escritores de excelência comprovada e rastreados pelo seu faro afinado.
Não é à toa. Diferentemente e com o perdão do poeta de “Vou-me embora pra Pasárgada”, que confessou publicamente ser arquiteto falhado e músico falhado, Germano fez-se arquiteto pleno e músico que engoliu um piano, mas cujo teclado, com todos os seus sustenidos e bemóis, vibra em cada uma de suas artérias."
Germano Romero é arquiteto e bacharel em música