Enigma Enquanto penso, teço enredos, crio imagens Debruço-me sobre algo que não sei Para engendrar-lhe um rosto. Nenhuma ideia! Fals...

Enigmas

ambiente de leitura carlos romero milfa valerio poesia intimista


Enigma



ambiente de leitura carlos romero milfa valerio poesia intimista
Enquanto penso, teço enredos, crio imagens
Debruço-me sobre algo que não sei
Para engendrar-lhe um rosto.
Nenhuma ideia! Falsa fluidez, teia oblíqua.
Loucura, ânsia de flagrar no outro
O que tanto busco em mim.

No limite do medo e da coragem, exponho-me.
Abro gavetas travadas, reviro a alma
Desfiro golpes na percepção

Lanterna em punho, pelos becos interiores
Que velam e desvelam minha sombra
O outro. Num garimpo inútil.

Sem jamais encontrar o que faz dele enigma
Que se oferta e que escapa, se concentra
E se dissolve nele mesmo e em mim.



A noite


Só avança no inexorável
Parto doloroso.
Porta estreita

Que não leva ao céu.
Atalho para o inferno
Que espreita calado

Com suas tochas
De espanto
E saudade.



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Meu anseio de azul
Não é sonho
É antes impulso

Tosca ressonância
Do que não entendo
Mas vive em mim

Correnteza que me arrasta
À vastidão de encontros
Em mergulhos e sobressaltos

No meu mundo submerso.




Milfa Valério é professora e poetisa




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