Dia inteiro cabra de deus
Lacrava ferro no molde da coluna
Dia findo, guardava ferramentas
Em caixilho de metal, ao sair
Deixava estilhaços
Ainda por limpar ou esquecer
Nunca se soube o que fazia
longe do serviço. Mas sempre
Retornara de ânimo novo
Abraçando o mesmo acúmulo
Retraços de massa endurecida
Para fazer vedação
Entre ferro e madeira
Enquanto cuspia
Sobre a pasta de concreto
A palavra ainda fresca
Recém apanhada da boca
De homem ou mulher de deus
Numa passagem de mercado
Rua, templo, lugares
Por onde, contrito
Passava cabra de deus
Cabra que é de deus, trazia já
Reforço de luva e capacete
E aferrolhado no temor
Que a noite ajunta
Ajustava sua hora
Pelo sono dos galos. Agora,
Sem um bom número deles
O dia é murcho
Do alto da torre
A visão se desmorona
A manhã não anda
Sem cabras de deus
Lacrava ferro no molde da coluna
Dia findo, guardava ferramentas
Em caixilho de metal, ao sair
Deixava estilhaços
Ainda por limpar ou esquecer
Nunca se soube o que fazia
longe do serviço. Mas sempre
Retornara de ânimo novo
Abraçando o mesmo acúmulo
Retraços de massa endurecida
Para fazer vedação
Entre ferro e madeira
Enquanto cuspia
Sobre a pasta de concreto
A palavra ainda fresca
Recém apanhada da boca
De homem ou mulher de deus
Numa passagem de mercado
Rua, templo, lugares
Por onde, contrito
Passava cabra de deus
Cabra que é de deus, trazia já
Reforço de luva e capacete
E aferrolhado no temor
Que a noite ajunta
Ajustava sua hora
Pelo sono dos galos. Agora,
Sem um bom número deles
O dia é murcho
Do alto da torre
A visão se desmorona
A manhã não anda
Sem cabras de deus
Alberto Lacet é artista plástico e escritor