Numa noite de lua cheia alguém me chamou a atenção para o espetáculo esplendoroso que ela estava proporcionando. Fui à varanda e fiquei deslumbrado com a sua beleza fascinante no céu, exibindo toda a sua majestade.
Sempre foi a musa inspiradora de poetas e trovadores. Cantada em versos e prosa, a lua emana uma energia que traz felicidade, alegria e paz. Sem dúvidas altera o estado de espírito, incendeia paixões, motiva os amantes, faz bater mais forte os corações dos enamorados, mas também se torna companheira dos solitários.
Ao longo da história da humanidade sempre foram destaque os poderes místicos do nosso satélite. Na antiguidade se achava que as colheitas estariam relacionadas ao tempo de plantio coincidente com a lua cheia e que a fertilidade nas mulheres se acentuava quando a lua estava próxima da terra.
Por outro lado, há também, para alguns, o aspecto sombrio que a lua cheia impõe no imaginário desde os primórdios da humanidade. É nesse período que apareceriam os lobisomens e os vampiros. Ainda hoje muita gente acredita que ela exerce forte influência no comportamento humano, responsável por desequilíbrios emocionais. Há uma crença de que durante a lua cheia aumentam as internações nos hospícios. Não é por outro motivo que chamam os loucos de lunáticos e que ao vermos alguém fora dos padrões de racionalidade afirmamos que está “no mundo da lua”.
Eu prefiro vê-la como os românticos. Naquela noite ela se projetava no céu, imensa, límpida, resplandecente, reinando absoluta, e transmitindo fluidos positivos. No seu magnetismo, me sentia convidado a lhe prestar reverência e agradecer pela oportunidade que me oferecia de contempla-la em toda a sua exuberância. Rendi homenagem à sua majestade.
Imagino que, assim como eu, milhões de pessoas se maravilham com a imponência do seu brilho. A sua luz nos traz sentimentos de amor em todos os seus sentidos. Sua projeção na noite nos permite acalentar novos sonhos e formular novos desejos. O seu aparecimento simboliza o acreditar num tempo novo de convivência fraterna entre os homens.
Rui Leitão é jornalista e escritor