Espelho
Seria um espelho
Ou um poço profundo,
Que refletia imagens
Que ainda não sei decifrar.
O céu às vezes muda de cor,
Os azuis são enigmáticos,
Com também é o meu olhar.
Será que reflete dor ou amor?
O que calo transborda,
Em torrente não contida,
Não se pode conter o mar
Nem simplificar uma vida.
Olho para o poço de minha alma,
Quão profundo!
Quantos por quês!
Quantos segredos!
Tudo sussurra em versos brancos,
Tudo geme em redondilhas tortas,
A poesia é como a chuva forte
Que me abre as comportas.
Convite
Convidei-te a minha casa
Preparei tudo com carinho,
Havia café na mesa
E também pão quentinho.
Coloquei flores no vaso
E no rosto meu melhor sorriso,
No piano toquei uma música suave
Que compus de improviso.
Tanto eu tinha a te dizer,
Histórias pra te contar,
Confissões a te fazer,
Segredos a te revelar.
Tinha guardado um abraço
E para teu cansaço
O meu colo, meu regaço.
No meu sofá teu espaço.
O tempo passou e passou,
O relógio da parede marcou,
E já era a vida inteira,
Porém você não chegou.
E no bule o café esfriou,
No vaso a rosa murchou,
Meu rosto com rugas o tempo marcou,
E os braços ficaram lassos,
Também morreu meu abraço.
A porta da casa se fechou,
E lá só vivia a solidão
E alguns retratos já pálidos,
Pelo tempo gastos.
E só por teimosia,
Eu respirava poesia
E os meus lábios sussurravam
A nossa velha canção.
Seria um espelho
Ou um poço profundo,
Que refletia imagens
Que ainda não sei decifrar.
O céu às vezes muda de cor,
Os azuis são enigmáticos,
Com também é o meu olhar.
Será que reflete dor ou amor?
O que calo transborda,
Em torrente não contida,
Não se pode conter o mar
Nem simplificar uma vida.
Olho para o poço de minha alma,
Quão profundo!
Quantos por quês!
Quantos segredos!
Tudo sussurra em versos brancos,
Tudo geme em redondilhas tortas,
A poesia é como a chuva forte
Que me abre as comportas.
Convite
Convidei-te a minha casa
Preparei tudo com carinho,
Havia café na mesa
E também pão quentinho.
Coloquei flores no vaso
E no rosto meu melhor sorriso,
No piano toquei uma música suave
Que compus de improviso.
Tanto eu tinha a te dizer,
Histórias pra te contar,
Confissões a te fazer,
Segredos a te revelar.
Tinha guardado um abraço
E para teu cansaço
O meu colo, meu regaço.
No meu sofá teu espaço.
O tempo passou e passou,
O relógio da parede marcou,
E já era a vida inteira,
Porém você não chegou.
E no bule o café esfriou,
No vaso a rosa murchou,
Meu rosto com rugas o tempo marcou,
E os braços ficaram lassos,
Também morreu meu abraço.
A porta da casa se fechou,
E lá só vivia a solidão
E alguns retratos já pálidos,
Pelo tempo gastos.
E só por teimosia,
Eu respirava poesia
E os meus lábios sussurravam
A nossa velha canção.
Vólia Loureiro do Amaral é engenheira civil, poestisa e escritora