Pensei minha biografia
Numa quadra, achei demais
Não há bastante poesia
Então lembrei dos haikais
Olhei meu acervo artístico
Era pequeno prum dístico
Talvez o meu universo
Caiba bem num monoverso
Sou floresta de bonsais...
De máscara em Veneza
Sentei-me à Piazza San Marco
Exausto e de alma largada
Mirava de Deus o arco
Tinha a máscara impregnada
Flagrei-te a tirar a tua
Sem esforço estavas nua
E a minha incorporada
(De um tempo em que máscaras eram somente fantasias)
Da dialética do amor
Se é pra falar de dor
Que seja da minha, então
Se é pra falar de mim
Digo, vale a pena não
Agora se é sobre o amor
Acordo do meu torpor
E não sei mais nada, é vão...
Stelo Queiroga é engenheiro e poeta