Ancianidade
Sinto na alma
A ancianidade das montanhas,
E nos ombros pesam
A passagem do tempo.
Os olhos se alongam
E contam as noites e dias,
Os invernos e primaveras,
Sinto na alma antiga
O perfume de outras eras.
Os ouvidos não estão surdos
À música da eternidade,
Todos os sons se encadeiam
Em interminável sinfonia,
São risos, sussurros,
Fados antigos de tristeza
Ou de alegria.
Diante do amor,
O coração bate disparado,
Apesar da alma tão antiga,
O sentimento é fonte que se renova,
E o Espírito segue pela vida apaixonado.
Fado de um navegante
Ah meu Portugal!
Tão distante de ti agora,
Vagueia a minha nau,
Perdida nos mares de calmaria!
Se antes navegava incontinenti,
Havia a certeza de ter um porto a voltar.
Hoje, apenas navego.
E teu porto está longe, longe...
Não tenho mares para retornar.
Ah meu Portugal!
Nem o céu sobre nós é mais o mesmo.
Tão distante de mim estão minhas estrelas,
Que à noite, as que vejo, estranhas me parecem,
São apenas frios luzeiros, que a minh’alma não aquecem.
Ah meu Portugal!
Já não escuto mais o teu fado,
E a poesia de mim se apartou,
Restou apenas, esse lamento cantado,
A contar o que já foi um grande amor.
Hoje navego, por navegar apenas,
Deixo-me levar, pelas ondas pequenas,
Em mares calmos ou de procelas,
Sem mapas, estrelas, sem vela e nem fados.
Navego assim, com enfado,
Sentindo-me expatriado,
Por ver-me livre das tuas cadenas.
Sinto na alma
A ancianidade das montanhas,
E nos ombros pesam
A passagem do tempo.
Os olhos se alongam
E contam as noites e dias,
Os invernos e primaveras,
Sinto na alma antiga
O perfume de outras eras.
Os ouvidos não estão surdos
À música da eternidade,
Todos os sons se encadeiam
Em interminável sinfonia,
São risos, sussurros,
Fados antigos de tristeza
Ou de alegria.
Diante do amor,
O coração bate disparado,
Apesar da alma tão antiga,
O sentimento é fonte que se renova,
E o Espírito segue pela vida apaixonado.
Fado de um navegante
Ah meu Portugal!
Tão distante de ti agora,
Vagueia a minha nau,
Perdida nos mares de calmaria!
Se antes navegava incontinenti,
Havia a certeza de ter um porto a voltar.
Hoje, apenas navego.
E teu porto está longe, longe...
Não tenho mares para retornar.
Ah meu Portugal!
Nem o céu sobre nós é mais o mesmo.
Tão distante de mim estão minhas estrelas,
Que à noite, as que vejo, estranhas me parecem,
São apenas frios luzeiros, que a minh’alma não aquecem.
Ah meu Portugal!
Já não escuto mais o teu fado,
E a poesia de mim se apartou,
Restou apenas, esse lamento cantado,
A contar o que já foi um grande amor.
Hoje navego, por navegar apenas,
Deixo-me levar, pelas ondas pequenas,
Em mares calmos ou de procelas,
Sem mapas, estrelas, sem vela e nem fados.
Navego assim, com enfado,
Sentindo-me expatriado,
Por ver-me livre das tuas cadenas.
Vólia Loureiro do Amaral é engenheira civil, poestisa e escritora