O relacionamento humano saudável não pode prescindir da reciprocidade. O conceito de que a convivência entre as pessoas deve ser pautada num espírito de solidariedade é de enorme valor para a harmonia social. Estamos sempre na dependência uns dos outros, e essa compreensão faz com que devamos estar permanentemente dispostos a retribuir os favores que recebemos.

No amor e na amizade as atitudes de reciprocidade funcionam como energia fortalecedora desses sentimentos. Não existem amigos que desconsiderem a necessidade de estarem repetidamente retribuindo atenção, afeto e cuidado. Como também não pode se consolidar uma relação amorosa se não houver, da parte dos dois, a troca de carinhos, afagos, ternura.

Há um ditado popular, que tem um significado simbólico muito forte, no que diz respeito à noção de que devemos nos ajudar uns aos outros, “uma mão lava a outra”. Em outras palavras, aplicar a reciprocidade nas relações sociais. Essa filosofia de vida nos faz, com certeza, sentirmo-nos úteis e comprometidos com o bem estar, não só nosso particularmente, mas da comunidade em que vivemos. Essa sensação de sintonia coletiva promove a felicidade. Fazer bem ao outro é fazer bem a si mesmo.
Rui Leitão é jornalista e escritor