Quanto de dor já escorreu nas frestas
Quanta coragem foi ali bradada
Quanto de lágrima foi derramada
Por entre as tábuas que aqui nos emprestas?
Quantos momentos de folguedos festas
Quantas vitórias fúteis declamadas
Quantas paixões, quão tórridas noitadas?
Quantas tramóias, tramas desonestas?
É testemunha a mesa e suas tábuas
Do ser humano que acumula mágoas
E as impregna com a sua dor...
Porém não raro, deixa ali gravados
Comuns vestígios dos apaixonados
Os mais bonitos versos de amor...
* (Ouvindo o bom “Fado das Mesas de Tábuas” na, ainda melhor, companhia do Mestre Sonetista Fernando da Cunha Lima.)
Stelo Queiroga é engenheiro e poeta E-mail