Ao som da serra mais a tarde cai.
O frio raja penetrante,
a força da vida se aquieta
ao adormecer noturno.
Ganho franjas, sulcos,
como os galhos secos despidos
na queima do inverno.
Sob a chuva dos afagos,
entre os carvalhos, flores e olivas
no reino da primavera em cio
Sou como as asas da mariposa
batendo sôfrega, resistente,
sobre vidro impassível.
Contraio nele o ventre
para na luz dos teus olhos,
acesos em esmeralda,
encontrar o casulo de minhas asas.
Ana Elvira Steinbach Torres é doutora em ciências humanas, professora e escritora