Andamos saudosos de sorriso no espelho, e de histórias que não tenham deixado algum tipo de decepção ou mágoa.
E quando debruçamos os olhos abatidos sobre a cidade, encontramos um reflexo cinza e triste. Somos nós voltando pra casa num carro qualquer, imerso em insulfilm e músicas que, ao final, não fazem sentido algum às nossas mentes confusas, mas ainda cheias de esperança. Silêncio na alma e um buraco assombrado no peito, com as luzes do painel refletindo nos nossos olhos.
E no lugar que ficava o coração, uma vontade imensa de amar e de nunca nos trair de novo. Não pensem que choramos. Só sofremos em silêncio.
Assim é a vida.
Quando olhamos ao redor e observamos tantos outros silenciosos vivendo o mesmo. Calados. Incrédulos. Calejados. Com suas aparências construídas à base de conceitos sociais que passam ao largo daquilo que realmente acreditamos, ou do que intimamente desejamos de nós.
E, muitas das vezes, das escolhas erradas que fazemos, colhemos frutos amargos, ou mesmo apenas sementes de um novo recomeço que insistimos em não plantar. E querem saber por que carregamos fardos tão penosos? Simplesmente porque optamos, na trilha da vida, amar com a intensidade de um cometa. Nem que, pra isso, amemos sozinhos.
Decidamos, hoje, com o emprego de todas as nossas energias, dar uma guinada na danada da vida. Mas sempre com o olhar de esperança e o coração voltado única e exclusivamente pro bem. A hora de todos vai chegar, notadamente pros sonhos que temos.
Que estejamos preparados e, sobretudo, em paz.