Gil, a estima me autoriza esta liberdade de tratamento. Gil, somente Gil. Como igualmente me assegura a sinceridade das tuas palavras. Germano Romero dispõe-se a acolher-me em sua Acta Diurna eletrônica (lembre-se que a de Júlio Cesar – o álbum - era pregada no muro de casa) e era mais de aviso do que de lírica. E eu pedi a Germano para me rever, sem frescura, depurando-me (se é possível) das fermentações tão próprias e mesmo naturais à condição do homem civilizado.
Vaidade? Que santo pôde exilar-se completamente dela? O que senti e o que sentiste quando elogiaram a nossa inteligência? Que fervor íntimo foi aquele que me elevou e te elevou com a conquista do nosso primeiro 10? Esse fervor, por mais natural, nasceu a partir de quando olhamos em redor e vimos que havíamos chamado a atenção ou o interesse dos nossos colegas de classe.
Não é um mal quando a vaidade é uma distinção. Será que São Francisco de Assis não sentia coisa parecida ao ver que as gentes que o amavam se achavam no mesmo gênero dos seus passarinhos? Jesus, em vida, conseguira muito menos. Sobrepujou-o infinitamente quando Paulo enfrentou um verdadeiro coronavírus para unir pagãos e cristãos na face da terra.

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Sim, ia esquecendo: em Alagoa Nova existe o Bálsamo, é uma nesga de sítio, a 5 minutos da cidade, onde íamos furtar as jacas que Brunet, o achador de Pedro Américo, registrou entre os achados de minas que o imperador lhe confiara. Não fosse o corona, é para lá que eu iria.
Gonzaga Rodrigues é escritor e membro da APL