sapoti! sapoti! sapoti!
morcego! morcego! morcego!
amor cego por ti!
amor cego por ti!
amor cego por ti!
não escrevi à faca
o teu nome
no tronco do sapotizeiro,
mas na raiz.
na mais profunda raiz de mim mesmo.
domiciliares
b) chegar em casa
é desatar nós
da gravata
aos
cadarços.
é deixar-me livre
dentro das chinelas
e fora do bridge.
é girar com os dedos
o bico dos teus seios
como um segredo
de caixa-forte.
é abrir-te
para os nós cegos
do meu amor
domiciliares
e) mergulhas a roupa
no tanque
e desentranhas
os vestígios das ruas,
das ruelas,
dos becos e vias
de muitas mãos
paralelas
à mão única do meu amor.
língua
espada fora da bainha.
crista de galo
na rinha
dos lábios.
fogo chovendo no teu molhado.
nômade
acha que atritas,
o meu falo queima.
somos trogloditas
descobrindo o fogo.
crescem labaredas.
sob a braguilha,
armo uma tenda
com a minha glande.
e o meu falo nômade
rumo à tua fenda
levanta acampamento.
à queima-roupa
nua, ateias fogo
às minhas vestes
e o teu corpo despe-me
em carne viva.
ciúme
deito o meu ouvido no teu peito
e ouço o batuque de uma tribo
no tambor de olvido do teu coração
avenida dos tabajaras (III)
os teus seios
eram frutos
de um jambeiro.
e se os tocava,
o teu rosto
(vermelho)
era o pólen
e a lava
de mil jambeiros
acendendo-me
na avenida dos tabajaras.