A catinga formava um aranhol.
As cigarras aplaudiam a fulguração triunfal.
Flamejava o painel do aceiro – as árvores ígneas e, esplêndida, a macaíba com o leque de chamas.
A manhã estava tonta de claridade.
Parecia um inferno orgíaco.
O milharal embandeirava o sitio em festa.
O melão bravo salpicado de ouro formava um ninho acintoso.
As cigarras aplaudiam uma fulguração triunfal.
Mal se distinguia o que corria do céu: se a claridade líquida ou a garoa dourada.
Eu chorava, de manhãzinha, quando os passarinhos começavam a cantar – chorando, que é a forma mais alegre de criança falar.
A minha alma de velho
Anda agora renovada,
Que a paixão é como sonho,
Chega sem ser esperada
Não se vê um olho d’água,
Quando há seca no sertão,
E enche-se os olhos d’água,
Quando seca o coração
(excertos de A Bagaceira)