(Sérgio de Castro Pinto)
A coruja
São todo ouvidos
Os teus olhos
de vigília.
Olhos acesos,
Luzeiros
De sabedoria.
Olhos atentos
À geografia
do dentro,
és uma concha.
Um encorujado
Caramujo
Monja em voto de silêncio.
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Do leão, a juba
Sol de Pêlos
ao redor
da cabeça
a fulva juba flameja:
estrela
de primeiríssima
grandeza!
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Poeta X poema
Nem sempre o poeta
Ronda o poema
Como uma fera à presa
às vezes, fera presa e acuada
entre as grades do poema-jaula
doma-o o chicote das palavras