O vento alegra, limpa e faz as árvores dançarem. E a água? Quantas lições ela nos dá! Lição de persistência, de humildade. E o sol? Que pontualidade no trabalho! Não discrimina, tanto enxuga a sujeira do rico como a do pobre. Já o fogo é violento, mas, que seria de nós sem ele? E as nuvens? Lá do alto ensinam a transcendência e o silêncio. Que maravilha aquele balé lá no céu visto do avião!
E que dizer desta oficina que é o corpo humano, que não pára de trabalhar, mesmo que haja Copa do Mundo? E a tempestade, que ensinamento dá? Ora, ora, ela limpa a atmosfera. Mas, vamos adiante na crônica e falemos da lição das crianças. A lição do entusiasmo pela vida, a lição do encantamento. Elas são inimigas da acomodação, da indiferença, da mesmice. Jesus disse bem: “Vinde a mim as criancinhas porque delas é o Reino dos Céus”. Logo o paraíso é um lugar de muita alegria.
São muitas, portanto, as lições que a Natureza e a Vida nos dão, a todo momento, é só ter olhos de ver. Até as enfermidades nos ensinam. Aquele viciado no fumo ou no álcool vai aprender com a cirrose e o enfisema.
A esta altura, você já está perguntando pelas lições do futebol. São muitas. Veja a lição da solidariedade, todos os jogadores se abraçando de alegria pelo gol feito. Outro ensinamento das chuteiras: ninguém quer a bola para sempre. Logo que a recebe, passa para o outro. Nada de egoísmo. Mais esta lição: respeito absoluto às determinações do árbitro. É preciso muito cuidado com as advertências. E viva o Direito, tão importante como o ar que respiramos. E viva a lei, a quem devemos a ordem e a paz social.
Lições que o futebol dá! O orgasmo do gol, que é uma espécie de êxtase. E a confraternização que ele provoca! Todos se abraçando, das mais diversas etnias, sem discriminação, todos se tornando um, esquecendo seus problemas, vibrando de emoção. E é capaz de um desafeto esquecer suas mágoas, restaurar uma amizade.
Como vimos em mais uma Copa do Mundo, com a França bicampeã, as chuteiras têm a sua didática. E até a religiosidade está presente quando os jogadores entram no gramado fazendo o sinal da cruz.
Mas tudo termina num apito, no apito do juiz. A partida durou tão pouco. Alegria para os vencedores, tristeza para os perdedores. Assim como na vida, tudo nasce, tudo renasce. E veja este outro ensinamento: que seria do jogo sem a grama, a humilde grama, que nasceu para ser pisada...