A Rússia, escolhida para sediar a grande maratona futebolística, esteve agora em bastante evidência. Muito me lembrei dos nossos passeios por Moscou e São Petersburgo, duas belas e monumentais cidades.
Mas, esqueçamos o anfitrião e falemos da Copa que mexeu muito com a cabeça das pessoas. E a verdade é que muita gente esteve mais preocupada com o copo do que com a Copa. Os bares, todos com tevês, ficaram lotados. E haja acidentes de automóvel com os torcedores de cuca cheia!
Mas, bem que a festa foi bonita, o Hino Nacional foi executado, os bancos diminuíram o expediente, embora o sonho de ser hexa-campeão foi, mais uma vez, sufocado.
E na euforia futebolística eu ficava procurando aquele jovem, que morou muito tempo em mim, mas que agora está maduro de experiências, e que chega a sorrir diante dessa euforia das chuteiras. O jovem que ficava de mãos frias, coração batendo, quando a seleção brasileira entrava em campo. Que chegou até, durante uma final, a sair sozinho pela praia, nervoso, coração palpitando, com medo de ver o resto do jogo, longe da TV e perto do mar, aguardando, ansioso, o barulho de um foguetão. Ele temia que o Brasil perdesse.
Hoje eu fico com uma pena danada do jovem. Que frieza, agora, diante do acontecimento. Nenhuma ansiedade. Vejo os profissionais da bola como simples mercenários, profissionais, mais preocupados com o que vão ganhar do que com a vitória. O torcedor é que é ingênuo. Ei-lo sofrendo por antecipação, ei-lo de copo na mão, gritando com o gol, gol que é uma espécie de orgasmo. Não esquecer de que todo orgasmo termina na tristeza, no vazio. Ah, as ilusões do efêmero!...