Quantos levaram a existência mandando... A História está aí para não nos deixar mentir. São sempre exaltados os donos do poder. Em homenagem a eles, quanto bronze foi empregado na ereção de estátuas, bustos e hermas!
Continuando a conversa, todos gostam de mandar. O homem quer mandar na mulher, a mulher quer mandar na casa, o filho mais velho quer mandar no mais novo, e o caçula, coitado, é o quem mais sofre na vida familiar.
E o que é mais difícil, mandar ou obedecer? Claro que é obedecer. A obediência exige a virtude mais difícil de todas: a humildade. Já no mando, o que prevalece é o orgulho. Humildade é sabedoria, é consciência de nossa fraqueza. Daí dizer Emmanuel, o iluminado guia de Chico Xavier: “A humildade é o reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo”. E aqui para nós, o orgulhoso é um bobo, que muitas vezes se torna ridículo.
O maior filósofo de todos os tempos, Sócrates, foi um exemplo de humildade. Muita gente, na sua época, que pensava que sabia alguma coisa, ficou embatucado quando ele disse “O que sei é que nada sei”...
E cadê os mandões do mundo, que passaram a vida gozando as tetas do governo, os viciados em mandar? Muitos já morreram, embora seus túmulos sejam sempre visitados. Cadê Napoleão, Hitler, Herodes, Luís XIV? Todos se foram.
Mandar é ótimo, mas, o maior espirito que já veio à Terra não quis mandar. Sim, Jesus dizia que o seu jugo era suave. O jugo do amor, da misericórdia, do perdão. E o extraordinário Gandhi, com cuja fraqueza física enfrentou a poderosa e orgulhosa Inglaterra, sem dar um tiro.
Poder! Todos querem ter. Ninguém quer obedecer e, sim, ter poder.