Aprenda com a Natureza. Ela nos ensina que tudo evolui, que tudo caminha para frente, que nada estaciona, nem involui. Veja o mar. As ondas nunca param. E quando se desmancham, se transformando em espumas, e outra onda surge por trás dela. A vida é isso: nada fica esperando, nada fica de braços cruzados. Até o bebê que entra no ventre materno, um dia, deve sair. Tudo muda, tudo se transforma, tudo evolui. Os rios todos os dias misturam suas águas doces com as águas salgadas do mar. E depois saem como entraram. Eis uma imagem da vida.
E que dizer desta semente que, um dia, se transformará numa frondosa árvore. Uma castanhola ou uma gameleira por exemplo. No entanto, nada de esperar com a semente na mão. Joga-a na terra, que ela, graças ao sol e ao adubo, vai trabalhar sozinha até se transformar numa grande árvore. Trabalhar sozinha, veja bem. Nada de esperar pelos outros. Basta dar-lhe água, luz e húmus, e o resto ela fará.
Assim é o homem. Nada, portanto, de braços cruzados, nada de esperar, passivamente. Ocupe sempre o seu tempo. O tempo é como o solo, disse um pensador espiritualista. Se você nada planta nele, nada colherá. Essa, a lei da vida. O tempo está passando e você esperando, de braços cruzados. Nada de aproveitá-lo. Inculto, não cultivado, o solo não produz. E chegará, um dia, em que você será intimado a prestar conta à sua consciência do tempo que ficou vazio. Lembre-se que você é livre em semear, mas obrigado a colher. É a grande advertência da vida. Somos livres, sim, mas inteiramente responsáveis. Dir-se-ia que a responsabilidade é o freio da liberdade.
Portanto, não espere em vão. Aja. Tudo passa tão rápido. Não pare, porque nada está parado. Veja o seu corpo, essa admirável e silenciosa oficina. Aí ninguém descansa. O coração pulsa a todo instante, os pulmões a mesma coisa. Até dormindo, os pulmões e o coração trabalham. O sangue também não cessa o seu trabalho de circular alimentando as células.
Lembre-se, repito, existem a espera passiva e a espera dinâmica. Nada de braços cruzados diante do tempo que pede serviço.
Afinal o que vamos colher se nada plantamos nele?
E sabe qual é o maior prêmio da boa plantação no solo do tempo? A consciência tranquila.