Ninguém compreendeu mais do que Jesus, que mesmo na cruz, cravejado nos pés e na cabeça, o suor e o sangue correndo juntos, a coroa de espinho ensanguentando o seu rosto, assim mesmo perdoou, dizendo: “Pai, perdoa-os porque eles não sabem o que fazem”. É que o povo nem sempre sabe o que faz. Nem mesmo as ditas maiorias...
Muita desgraça acontece neste mundo redondo devido à incompreensão. Incompreensão na família, na rua, na escola, no trabalho, na religião. Não esqueçamos que cada um tem a sua singularidade, a sua maneira de ser e de agir. E a vida é interessante devido às diferenças. Não queiramos que o outro seja como nós. A beleza está nos contrastes. Fora disso, tudo cai na monotonia. É pela compreensão que aceitamos as diversidades. Amar é compreender e aceitar e respeitar todas as diversidades.
O velho sábio e inesquecível Sócrates casou-se com uma mulher ignorante, muito aquém de sua elevada filosofia, mas que cozinhava a sua comida, varria a casa, ia ao mercado, embora não conhecesse patavina do que o marido pregava na praça pública. Xantipa, a mulher, não compreendeu Sócrates, mas este a compreendeu, graças à sua cultura, à sua sabedoria.
E a compreensão também é um exercício de altruísmo. O egoísmo é a maior causa das desafinações existenciais. É um câncer comendo as células, destruindo a vida.
Viva a compreensão, o amor, a compaixão. Lembrando de que sabedoria gera compreensão, compreensão gera humor, e o humor é combustível para a paz.