E fazendo uma reflexão filosófica, será que este nosso corpo de carne e osso, que nos transporta da infância à velhice, é seguro? Lembrar que ao sairmos de casa, pela manhã, muita coisa pode acontecer, desde um acidente de automóvel a uma súbita parada cardíaca. E aqui para nós, parada cardíaca é parada... E pensando bem, é melhor do que ficar numa UTI, cercado de aparelhos por todos os lados. Com a parada cardíaca, você se livra de muita coisa chata, inclusive de hospital, balão de oxigênio, injeções e outras coisas...
Por que, então, esse medo de avião, que em relação aos outros transportes, é muito mais seguro? De viagem aérea, só não gosto da estreiteza de espaço entre as poltronas, do apertadíssimo sanitário, das comidinhas sem graça trazidas pelos comissários de bordo, e só. Todavia, adoro aquele silêncio, quebrado, vez por outra, pelo choro espremido de uma criança. E o doce zunzum do ar condicionado?
Depois, que gostosura ler num avião... Como é bom saber que estamos acima das nuvens!... O chato é não poder ficar sempre caminhando entre as poltronas, como recomendam os médicos, para evitar trombose nas pernas. Daí, termos que usar aquelas meias chatas.
Mas, a verdade é que ninguém está seguro, nesta vida. Desde o momento em que deixamos a casa, manhã cedo, até à noite, quantas turbulências, quantos desastres podem acontecer... É claro qua as máquinas inventadas pelo homem, a exemplo dos aviões, estão sujeitas a quedas. E quem riem disso são os pássaros, as borboletas e os urubus, criados por Deus. Quanta segurança nos seus vôos... Nunca ninguém viu um urubu cair morto...