Ah, já ia me esquecendo, que tal se sentar naquele banco, ali na pracinha da Sorbonne, onde está o busto de Augusto Comte, e ficar olhando as pessoas, os jovens conversando, os velhos sonhando o seu passado? E quantas livrarias sofisticadas, de Filosofia, de Direito... Não se esqueça desta vez, que não estaremos no inverno, mas pertinho do outono, que tem as suas belezas. E não se esqueça que já disseram que eu, Paris, sou uma festa. Não foi isso que disse aquele romancista chamado Hemingway, o autor de “O Velho e o Mar”?...
E Paris continua: “Venha, cronista, soube que você pretende rever a Islândia, essa grande ilha que quer beijar o círculo polar ártico, onde poderá contemplar novamente a sua exuberante natureza, suas cachoeiras e geleiras, com todo o seu mistério, sua história de vulcões e sua paisagem lunar...
Mas, depois da Islândia, você precisa vir me ver preparando-me para vestir o meu vestido de outono. Estarei linda. E sei – disto tenho certeza – que sou sua predileta. Que me perdoem Lisboa, Madrid, Barcelona, Amsterdam, Roma, Bruxelas, Londres, Queenstown, Sidney. Que me perdoe Viena, onde, decerto, você gostaria de revisitar a casa onde Freud morou. Subir aquela velha escada, onde o genial analista pisou. Que me perdoem todas essas belezas exóticas da Islândia.
Vamos cronista. Pegue logo um avião e venha me rever. Mesmo que seja apenas por alguns dias. Eu adoro quem gosta de mim, assim como você...