E stive pensando nas suavidades da vida. São tantas. Basta elevarmos os olhos para observar o suave e distante bailado das nuvens. Como isso...

As suavidades da vida

Estive pensando nas suavidades da vida. São tantas. Basta elevarmos os olhos para observar o suave e distante bailado das nuvens. Como isso nos dá tranquilidade...

Outra suavidade: uma flor caindo no chão... Jesus nos convidou a olhar os lírios do campo. Que bela terapêutica do olhar. Uma folha caindo no chão é de uma suavidade que encanta.

Uma lágrima escorrendo num rosto... Haverá coisa mais suave? E uma nuvem deslizando sob um céu azul, haverá coisa mais bela no mundo?

A contemplação das suavidades da vida nos eleva e nos enleva. Daí recebemos boas vibrações e nos mantemos no caminho do bem, livre das tentações. Jesus nos ensinou a não cair em tentação. Tentação é teste. E são tantas as tentações... Tentação da vaidade, tentação do sexo, do orgulho, do desânimo. Cuidado com as tentações!

Observar é bom. Viver é bom, conviver ainda é melhor. A vida na solidão não tem o menor sentido. Os existencialistas gritaram: os outros são o inferno. Estupidez, ninguém vive sozinho. Viver é conviver.

Mais do que isto: viver é transcender. Precisamos do outro, como precisamos do ar que respiramos. Não podemos viver sem o outro. Jesus aconselhou-nos a amar o próximo como a nós mesmos. Esta é a mais difícil de todas as lições do Mestre. Amar ao próximo como a nós mesmos...

Mas, o que eu mais observo, na maioria das pessoas, é uma espécie de indiferença. Uma total indiferença às belezas, às suavidades da vida. Alguns chegam até a fechar a cara num acentuado mau humor. A presença do outro parece incomodá-los... Talvez até concordem com o pessimista e estressado Sartre, para quem "O inferno são os outros".

Ora, ora, o homem é o seu olhar. Dize-me como olhas e eu te direi quem és. Olhar uma flor num jardim, uma nuvem deslizando no céu azul, uma lágrima escorrendo num rosto. Olhar as suavidades da vida...

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