Manhãs com pássaros calados, asas encolhidas e escondidas nas brechas dos cachos de coco, mas, as plantas gritando de alegria. Dançando ao vento, celebravam o merecido banho com muita satisfação. Tenho pena de quem pensa que as plantas não riem. Vejo-as pelo vidro da janela, abraçadas, numa ciranda de alegria, todas cantando à chuvinha que cai...
Cai chuva!... molha a terra seca com sede de vida! Enche os açudes, os riachos e as poças, que os sapos e lagartixas querem te beber. Quem não te quer é porque não te merece.
Vai... lava tudo, limpa a poeira, corre e escorre pelos regos desse mundo que sem ti não vive!... Enche e transborda córregos, rios e riachos. Lava a alma desse planeta que, por vezes, se suja até de sangue. Aproveita, e lava também a nossa alma. Para que nos sintamos revigorados, reformados e atentos à mensagem divina que a rica, pródiga e generosa Mãe Natureza nos transmite todos os dias, da alvorada ao crepúsculo.
As chuvas são um presente muito especial de Deus, o Grande Pai, aquele que alguns pensam que tem barbas de nuvens brancas, mas que na verdade não se parece com forma alguma. Não se parece porque se confunde com o Universo, com a Criação, pois, só se começa a entender Deus quando se consegue vê-Lo como Criador e Criatura, começo e fim, preto e branco, triste e alegre.
De nada podemos reclamar. Tudo nos foi provido. Temos flores que nos sorriem na terra, e ondas que nos sorriem no mar. Temos o vento que acaricia e o sol que nos devolve as cores, que dormem nas noite de paz. Paz... é só o que nos falta. Que maravilha seria que o Grande Pai nos surpreendesse com esse maior presente que o mundo poderia ganhar. Já é tempo de paz!...