C hove, consequentemente, faz frio e eu não gosto de frio. O frio me torna pensativo. Acho que a filosofia nasceu com o frio. Já o calor, pr...

Meditação molhada

Chove, consequentemente, faz frio e eu não gosto de frio. O frio me torna pensativo. Acho que a filosofia nasceu com o frio. Já o calor, predispõe à ação, ao suor. Não sou de frio. Nisso puxei à minha mãe, que vivia agasalhada e mal humorada com o frio. Sou a mesma coisa. E nem parece que abri os olhos para o mundo em Alagoa Nova, lugar do frio, e, infelizmente, da cachaça, que para mim é uma desgraça, até rimou. Pior ainda: está se tornando numa atração turística. Não é, meu amigo e conterrâneo Wills Leal?

O danado é que meus amigos, familiares e promotores das viagens internacionais preferem o frio, o gelo e a neve...

É verdade que o tempo frio tem uma vantagem. Induz à reflexão. E depois da chuva, tudo melhora. E minha crônica virou uma auto-reflexão, graças ao frio.

Mas parece que a chuva parou e o sol está doido para ir embora. E este cronista também. Meus pés estão pedindo caminhada.

Agora é dizer como aquele bêbado, que vimos gritando num avião com destino a Londres: “A Vida é bela!”. Viver é bom, transcender ainda é melhor. Só os homens transcendem, isto é, se divinizam. Eis sua maior responsabilidade.

Mas, a chuva está passando. O sol desejou sair das nuvens que o encobriam. E abaixo as nuvens do pessimismo, que não levam a nada.

Lembremo-nos de Jesus. Ele nunca foi pessimista. Convidou-nos a olhar os lírios do campo, abraçou e abençoou as crianças, dizendo que o Reino do Céu é delas, isto é, do otimismo, da alegria do entusiasmo. Deu-nos uma grande lição dizendo: “Não andeis preocupados com a vossa própria vida, quanto ao que haveis de comer ou beber; nem pelo vosso corpo, quanto ao que haveis de vestir. Contemplai as aves do céu: não semeiam, não colhem, nem armazenam em celeiros; contudo, vosso Pai celestial as sustenta. Não tendes vós muito mais valor do que as aves?...

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