Agora é o Natal de Jesus, que morreu numa cruz. As mãos delicadas sangrando. Mãos que mostraram o caminho da salvação, que curaram cegos e paralíticos.
Morreu sem um gemido. Apenas, na dolorosa via crucis, carregando, já cansado, a pesada na cruz, pediu água e lhe deram vinagre. E pelo crime de pregar o amor, do “amai-vos uns aos outros como eu vos amei”, foi acusado, condenado, insultado, humilhado e, por fim, pregado numa cruz de braços abertos e tendo como companheiros dois malfeitores.
E, lá no alto, crucificado, ainda rogou a Deus que perdoassem seus algozes porque eles não sabiam o que faziam. Será que não sabiam?...
Jesus na cruz, a luz na cruz. Jesus nascendo entre animais domésticos. Quem teria fabricado aquela cruz? Teria sido o marceneiro José, seu pai terreno? Não sabemos.
Sangrando por toda a parte, é bom que se repita, ele ainda teve ânimo de perdoar seus algozes. “Pai, perdoa-lhes por que eles não sabem o que fazem”. Em tempo algum, ninguém ouviu tanta bondade.
Humildade, perdão, tolerância, quantas lições, ele nos deu! … Nunca se queixou de nada. A não ser uma vez, quando fez uma observação, que não chegou a ser uma queixa, mas uma advertência, dizendo: “Os pássaros têm seus ninhos, as raposas seus covis, mas, o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça”.
Jesus luz, Jesus cruz. É impossível crucificar a luz...
Os homens estão comemorando o Natal. Mas não é um Natal de Jesus. É um Natal do consumismo, um Natal de Papai Noel, um Natal de papel.