E se você me perguntar de todas as grandes cidades que visitei em viagens internacionais, até hoje, qual a mais silenciosa? Diria Viena. A Viena de seus belos bosques, a Viena das valsas, a Viena de Freud.
E que dizer de suas lindas garotas vendendo bilhetes para os concertos e recitais?
Viena é silenciosa. Paris não chega perto. Mas o que mais me impressionou na bela e culta metrópole foi que, em época de campanha eleitoral, o silêncio permanece. A propaganda dos candidatos é apenas visual, em discretos cartazes à margem das vias públicas.
E por que estou me lembrando de Viena em campanhas políticas? É que, segundo me lembram os jornais, vem por aí a eleição para prefeitos e vereadores, que, costuma infernizar o meio ambiente com seus carros de som naquelas alturas. Uma estupidez.
E penso que não é apenas Viena que é silenciosa nas eleições. Duvido que numa Berlim, numa Londres ou em Estocolmo haja propaganda eleitoral sonora. Uma prática de um primitivismo inadmissível para os dias de hoje.
E viva o culto ao silêncio. Imitemos Viena, a Viena de Freud, a Viena das valsas, dos bosques silenciosos. Viena que não sabe gritar, mas cantar...
Estou agora mesmo estou me lembrando da elegante capital austríaca, de suas lindas valsas, dos seus parques e canteiros floridos, de seus monumentais teatros de música. Estou me lembrando da casa de Freud, da paz que ali reina. E que da primeira vez que visitei esta linda cidade, o que logo me surpreendeu foram as belas garotas, com os seus sorrisos, vendendo bilhetes para os concertos. Ah, o silêncio nosso de cada dia...