Não vi Roberto Carlos, pois para vê-lo e ouvi-lo a gente tinha que ir a um lugar privado, onde tinha de se pagar ingresso, 250 reais sentado, e 80 em pé. Mas, aqui para nós, tanto faz ouvir o cantor sentado ou em pé. De qualquer maneira eu não me arriscaria a tanto.
A verdade é que Roberto Carlos veio diferente. Quase não se deixou ver. Lembro-me que o cantor de outrora era mais simples. Ele tinha qualquer coisa de sagrado. Era mais romântico. Tinha um toque religioso. Mas lembrar que isso era, antigamente.
Hoje o negócio é faturar. Os milhões de amigos que ele desejava, para vê-lo e ouvi-lo, tinham de pagar ingresso caro. E foi um sucesso.
Roberto Carlos veio e saiu, certamente, muito eufórico. Cantou bem, faturou bem e os milhões de amigos que ele desejava não faltaram. Estou certo de que o nosso Roberto deve ajudar muitas instituições de caridade.
Não gostei de não ter visto e ouvido o cantor dos amigos. O Roberto que tinha qualquer coisa, repito, de religioso, de romântico, de sonhador.
Mas, o importante, hoje, é faturar. Roberto faturou bem, graças aos seus milhões de amigos. E não tenho dúvida de que ele cantará, da próxima vez, gratuitamente, para os garotos com câncer, para os que não podem ver, mas podem ouvir.
Roberto, não sei se é religioso e se sabe daquela advertência evangélica: a quem muito foi dado, muito será exigido.