Leio, ao sair de um supermercado, o seguinte lembrete: “Volte sempre”. Será que poderíamos dizer isto de um hospital? Evidente que sim. E feliz daquele que encontrar um hospital. Dizia o tribuno Alcides Carneiro: “Infeliz de quem procura um hospital e feliz de quem o encontra”.
Mas a beleza de um hospital está no silêncio. E silêncio é a melhor coisa da vida. É graças a ele que a gente pensa, que a gente reflete, já dizia um filósofo. E não há melhor adjetivo para qualificar o hóspede de um hospital do que “paciente”. O termo é exatamente este, para aquele que está enfermo e internado. E não seja paciente para ver... Pacientes os enfermos, pacientes as enfermeiras, pacientes os médicos.
Mas não é de hoje que sofro da coluna. Por causa dela já andei até numa cadeira de rodas, guiada pelo meu filho Germano, em plena Londres. E como passeamos!
Hospital vem de hospedagem, logo não pode ser coisa má. E como é bom ouvir a voz do silêncio, dentro de um hospital... Silêncio é, sem dúvida, a coisa mais bela da vida, e que anda cada vez mais rara.
Não esquecer o médico que cuida de mim, Dr. Ronald Farias, a quem confio minha coluna, com aquela fé que transporta montanhas, segundo o dizer evangélico. De coluna, ninguém entende mais do que ele.
Saí do hospital, como entrei: sorrindo. Mas, não vi nenhuma placa dizendo: “Volte sempre!”
E já ia me esquecendo do livro. Hospital também é bom pra ler. O chato mesmo é aquela mangueirinha do soro pregada no nosso braço...