Depois daquela festa de casamento, em que transformou a água em vinho – realizando, assim, o seu primeiro milagre - Jesus proferiria o maravilhoso Sermão da Montanha.
Minha imaginação, portanto, leva-me àquele momento sublime, em que o Mestre sintetizou toda sua Doutrina. E eu tenho muita pena daquele que nunca leu essa peça oratória. Tão grande é o Sermão da Montanha que Gandhi, que não era cristão, disse: “Se toda a literatura ocidental se perdesse e restasse apenas o Sermão da Montanha, nada se teria perdido”. Veja a grandeza daquele sermão proferido ao ar livre, no templo sem telhado da Natureza, sem ar condicionado, pois a brisa abrandava o calor, sem microfone, sem celulares tocando, sem cadeiras, sem conforto, porquanto o Mestre vivia em contato com o campo. O templo de pedra não atraía a sua atenção. Tanto é assim que nunca edificou uma igreja.
E fico a imaginar Jesus, com a voz suave, o semblante sereno, pregando a sua Doutrina Consoladora que teve como intróito as chamadas bem-aventuranças. E quem eram os bem-aventurados ou felizes, segundo ele? Os ricos, os poderosos, os religiosos hipócritas, os orgulhosos e vaidosos? Não, ele se referia aos humildes, aos pacificadores, aos puros de coração, aos mansos.
Sermão da Montanha!... Nele Jesus resumiu toda doutrina. Procure lê-lo. Mais do que lê-lo, procure praticá-lo na medida do possível. Cada frase é seguida de uma reflexão.
Eis, portanto, o episódio que eu gostaria de ter visto. Agora só através da imaginação que substitui a visão. E lembrar que fomos bater em Jerusalém, para ver de perto a montanha, que Jesus usou como tribuna, numa certa manhã de sol. Mas, que sol? O Sol era ele. O sol que os homens quiseram apagar, e que está cada vez mais vivo.
Sermão da Montanha! Não deixem de lê-lo, e relê-lo. Mesmo que você seja um materialista ferrenho, que pensa que a vida termina no túmulo...