Muito se escreveu sobre a felicidade. Se você é feliz, você está em paz. Você ama, você ajuda, você está sempre sorrindo, sempre alegre. Isadora Duncan, a genial bailarina, dizia que não somos felizes, temos momentos felizes.
Afinal, o que faz o homem feliz? Dinheiro, saúde, cultura, poder?
Os animais são felizes? Houve quem dissesse que os animais são mais felizes do que os homens. Se não estou equivocado foi Montaigne. Os homens são levados ao suicídio, os animais nunca se suicidam.
Cabe-me, aqui, lembrar, a história daquele rei, a quem disseram que se vestisse a camisa do homem feliz, também seria feliz. E haja procura pelo mundo inteiro. Até que encontraram o homem feliz, tranquilamente deitado numa rede. Que alegria. Acontece que o homem para desgosto dos emissários estava nu da cintura para acima...
Bilhões de livros já foram escritos sobre a felicidade, porquanto esse é o grande objetivo da vida. Já li muitos livros sobre a felicidade, que, se não me fizeram feliz, pelo menos me deram tranquilidade interior. Mas, a melhor definição que encontrei sobre essa deusa foi a seguinte, e não vejo outra melhor: felicidade é ter a consciência tranqüila.
A felicidade, segundo Jesus, está no Sermão das Bem-aventuranças. Mas essa felicidade é muito diferente da do que os homens buscam. A verdadeira felicidade não está fora de nós. Como já disse, está na consciência em paz.
O grande filósofo Bertrand Russel, um dos meus queridos, escreveu um belo livro sob o título “A conquista da felicidade”, em que ele, que foi um homem feliz, sugere várias dicas para não sermos infelizes. Vejamos algumas delas: Livrar-se da inveja, que, popularmente, se chama “olho grande”. Portanto, não inveje ninguém. Você nunca conhece muito bem a pessoa invejada. E Russel define a inveja como um revólver apontado para a gente. Infeliz, portanto, quem inveja. E chega a esta assertiva: “Os mendigos não invejam os milionários, mas invejam quando outro mendigo melhora de situação”. Que paradoxo.
Outro motivo de infelicidade, segundo o filósofo: o isolamento. Ninguém é feliz sozinho. “Toda pessoa necessita de um ambiente de simpatia”. O torturado e infeliz Sartre disse que o inferno eram os outros.
Mas, continuemos ouvindo o nosso filósofo. Para que? Ora, para que? Para ouvir esta história que ele escreveu no livro A Conquista da Felicidade: “Conheci um homem que havia perdido as duas pernas, muito jovem ainda, e que continuava vivendo com uma felicidade serena, graças a uma obra que escreveu sob o título: As enfermidades das rosas”.
A crônica está se alongando e fica aqui um dos melhores conselhos do filósofo: “Quanto mais interesse você tiver na vida, mais feliz será”. E descreve o que seria A fórmula da felicidade: “ter apetite para a vida assim como tem apetite para a comida”.