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E viva o coração!

Há quem diga que o coração é o órgão do sentimento, contrariando a frase do físico e filósofo Pascal: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”.

A verdade é que este cronista tem pelo coração um grande amor. Gosto de ouvi-lo batendo, levando o sangue para todo o nosso organismo, e um grande medo de que ele pare.

Em grego, coração quer dizer “kardia”. Daí a palavra taquicardia. Uma curiosidade: o coração aparece 958 vezes na Bíblia e nada de citar o cérebro.

Tenho, cá pra nós, uma grande simpatia pelos cardiologistas E se eu fosse estudar medicina, não escolheria outra especialidade. E voltando ao coração, tenho muito medo que ele pare. Ah se eu pudesse beijá-lo... E eu devo muito a esse órgão. Foi ele que me alertou para deixar o fumo, devido a uma forte taquicardia. Pena que não pude beijá-lo.

Chegou a vez de confessar uma coisa: Às vezes, sinto o coração coçando. E já disse isto a muitos especialistas do coração, que só fizeram sorrir. Um deles foi o jovem Fernando Lianza Dias, filho do meu grande amigo, também cardiologista, Antônio Dias, com quem muito conversei, no meu tempo de secretário da Faculdade de Medicina.

Antônio Dias era um homem simples, sempre vestido de linho branco e, sobretudo, muito educado. E seu filho, o jovem Fernando Lianza, que além de médico cardiologista, escreve neste jornal e é cronista da conceituada revista A Semana, muito me comoveu, quando o vi numa foto, aqui no Correio, ao lado do filho, que acaba de passar no vestibular de Medicina. Segundo diz a nota do jornal, o menino, Otácio Lianza, tem apenas 18 anos! E vá ver que o jovem vai seguir a especialidade do pai e do avô, Antônio Dias. E pus-me a imaginar como seu avô, que já não está mais neste mundo, deve estar vibrando de emoção com a vitória do neto.

São essas alegrias que dão sentido à vida. Sou pai de um arquiteto, Germano, e de um Físico, que tem meu nome, ambos realizados na profissão que escolheram.

Termino a crônica parabenizando Fernando Lianza por essa vitória de Otácio, certo de que quem também não cabe em si de contente é o velho Dias, meu mestre e amigo.

E as minhas coceiras do coração, vez por outra? Esqueça. Antes coceiras do que dores... Continuarei gostando muito do coração. Amando-o como ninguém. Pena que não possa ajudá-lo...

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