Afinal devemos estar vigilantes. Vigilantes com o que falamos, com o que pensamos, com o que agimos. Não esqueçamos da receita de Jesus para estarmos vigilantes, pois a todo momento estamos errando, comprometendo a nossa vida. Disse um ditado que a virtude está no meio. Sim, estamos sempre errando devido aos nossos excessos e aos nossos esquecimentos. E viva o bom senso, o equilíbrio. O uso, e não o abuso. O uso nos dá paz, o abuso nos leva ao remorso, ao arrependimento. Vida sem excessos, paz na consciência.
Chegamos a este mundo sem nada. Chegamos nus, famintos e chorando. E ainda nos dão uma hospedaria aconchegante sem esquecer o leite para matar a fome. Sem esquecer o corpo, este maravilhoso santuário. Mas sempre lembrando de que tudo que nos foi dado será cobrado mais tarde. Daí a nossa responsabilidade com os talentos que nos foram conferidos. Nada, portanto, de abuso.
Saibamos usar as coisas. E vem a indagação: Será que estamos usando ou abusando do nosso corpo? Abusando com o fumo, com o álcool. E vejamos alguns outros abusos: A maledicência, isto é, viver falando mal dos outros, é um abuso da palavra. O egoísmo é um abuso do Direito. A doença é um abuso da saúde, o supérfluo é o abuso do necessário. Quanta gente traz o guarda-roupa cheio de vestidos, enquanto outros… E que dizer da ociosidade? Um abuso do repouso.
Estejamos atentos aos nossos abusos. Viva o uso, o bom senso. Saibamos usar bem o nosso corpo, nosso dinheiro, nossa inteligência, as nossas tendências, nossos dons, a nossa oportunidade, os nossos talentos, enfim. O bom uso das coisas nos dá paz interior. E haverá coisa melhor no mundo do que paz interior?
Emmanuel disse que progredir, isto é, evoluir é usar bem os empréstimos de Deus. Usar, não usar, eis a questão. E a grande indagação que nos espera, depois que saímos deste mundo, é: Que fizeste de tua vida?
Nada de abusar do olhar, da palavra, da inteligência, do corpo, do pensamento, da alimentação. Viver é responsabilizar-se. Ou será que fomos jogados neste mundo para nada?
Falei em abuso e me esqueci de um muito importante: o abuso da fé, que é o fanatismo. E foi o fanatismo que jogou muita gente na fogueira. O fanatismo religioso.
Mas muita gente não reflete, vive como se não precisasse prestar conta dos seus atos.
Pensando bem, tudo na vida tem o seu lado didático, vejamos outro abuso, o abuso da Natureza. Quando o vento abusa, temos o furacão. E qual o lado positivo do furacão? Ele limpa a atmosfera. A dor, por exemplo, é um alerta, um protesto do nosso corpo contra o nosso desregramento.
Conclusão: repitamos a receita de Jesus. Estejamos atentos. Nada de cochilo. A sabedoria popular já advertia que “cochilou, o cachimbo cai”.
Muita gente quando comete um erro costuma dizer: “Errar é humano”. Mas, persistir no erro é burrice. Então, viva a eterna vigilância. Vigilância de nós mesmos e nada de andar fiscalizando o comportamento dos outros.
E fico por aqui. Perdoem-me pelo abuso de sua paciência.