Islândia! Ora veja só onde vim bater... Eu que adoro o calor de Patos. Nessa nossa ida para lá, vi regiões de uma solidão impressionante. E me informou meu filho que os astronautas, antes de viajarem até a Lua, passaram um tempo se aclimatando, ali.
Tanto na ida como na vinda, o que mais me impressionou foi a paisagem, que avistei, dentro do carro, onde não se via a presença humana e sim a das montanhas, na sua eloquência muda, isoladas casas, carneiros e ovelhas comendo capim, sem olharem, uma vez só, para o céu.
Germano na direção do carro, a Pastoral de Beethoven no som, a paisagem se repetindo numa harmonia impressionante. E quer saber de uma coisa? Eu adoro a solidão. Que admirável terapia. Solidão que vem do silêncio, silêncio que é filho da Paz.
Esse passeio pelas estradas bem asfaltadas foi uma verdadeira terapia. E agora, eis que vejo a presença humana. Turistas contemplando, embevecidos, a queda das águas... Não resistimos. Fomos ver a cena de perto. Que beleza! Turista tem um faro danado. A água branquinha descendo devagar, com medo de cair. Aí me deitei na grama com minha Lau e ficamos olhando o céu azul, que beleza.
A paisagem das montanhas me lembrou a Nova Zelândia, lugar que me atraiu por duas vezes. Montanhas e mais montanhas, com lagos e cachoeiras. Na Islândia não vi muitos pássaros, só ovelhas pastando e, vez por outra, pôneis mansinhos que minha Alaurinda chegou a acariciá-los.
Confesso que adoro cidade grande. Adoro Paris, Londres, Buenos Aires, Lisboa. Gosto de ver multidão enchendo as ruas, as livrarias. Mas, também é bom, vez por outra, contemplar o bucolismo das paisagens lá fora, com ou sem ovelhas, e encher os pulmões de ar puro. Mesmo na Islândia, com seu frio de tremer o queixo.