A verdade é que sem restaurantes não haverá turismo. Chegam até a dizer: “Bacalhau só em Lisboa”. Concordo em parte, pois foi em em Paris que também me deliciei com um gostoso bacalhau, sem falar o delicioso que a nossa chefe de cozinha de Tambaú, sabe muito bem preparar.
Falei em livrarias, museus, salas de concerto e me esqueci da maior casa de espetáculos de Paris, que é a Ópera Garnier, que não se deve conhecer somente por fora. Que beleza de teto, que luxo, que grandiosidade artística em todos os detalhes! E eu com medo de tropeçar nos luxuosos tapetes, já que nossos olhos estavam passeando pelos belos tetos daquele templo da arte.
Essas oportunidades de rever a Ópera sempre devemos ao planejamento cultural do comandante de nosso grupo, meu filho Germano. E sabe qual foi o último cardápio cultural?: “O Anão”, de Zemlinsky e “A criança e os sortilégios”, de Ravel, baseado num conto de Colette. E eu não conseguia tirar o olho do teto pintado por Marc Chagall...
O teatro enorme, chamando a todo instante o nosso olhar de contemplação. Fui me demorando, me demorando e, de repente, não vi mais ninguém. Até os meus familiares já estavam lá fora, quando duas moças recepcionistas, por sinal lindíssimas, muito bem uniformizadas, vieram me chamar, pois a Ópera ia fechar... Eu ainda relutei em ficar, não pelas moças, mas pela paz que reinava naquele belo teatro. Lá fora, meus queridos familiares, já ansiosos, me saudavam com muitas gargalhadas. Ah, Paris...