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Se me perguntassem...

Se me perguntassem, dessas cidades estrangeiras que andamos visitando, qual a que mais me encantou e ficou se repetindo na memória evocativa, eu não pensaria duas vezes. Diria logo, mesmo que Paris ficasse zangada: Viena, onde está a casa de Freud. Mais ainda: onde se encontra monumentos em homenagem a Mozart e Beethoven.

Lembrar que, desde que comecei a andar pela cidade, na primeira vez que a visitei, fiquei maravilhado com o seu silêncio, com o asseio de seu chão e com a visão daquelas belas garotas convidando-nos para um concerto à noite. Elas distribuíam convites. E que belo sorriso ostentavam!

Viena! Capital da música, cujas calçadas ainda guardam as pisadas de Beethoven, Haydn, Mozart e outros gênios da divina arte. Pena que não cheguei a ir aos Bosques de Viena, que tanto inspiraram Strauss...

E a Casa de Freud? Fui lá com o coração batendo de alegria. Subi a escada do velho casarão, a mesma escada que o gênio pisou. Lá fui muito bem recebido e deixei o exemplar de um livro meu. Freud, que descobriu nosso inconsciente, e dele fez ilações surpreendentes! Seu retrato estava lá, bem como o divã, em que ele conversava com os clientes. Ee foi extraordinário na coragem, mas se deixou dominar pelo fumo. Morreu com um câncer na boca, que, segundo se informa, exalava tanto mau cheiro que o próprio cachorro não suportava.

No entanto, para cuidar da saúde, praticava o cooper, à noite, não de short, mas vestido como se fosse para uma solenidade.
Voltemos a Viena, cujo nome é um poema. Viena limpa, Viena musical, Viena sem barulho, até mesmo nas eleições, cuja propaganda só é feita através de cartazes nos canteiros...

Viena! Um oásis de cidade... Cultura, silêncio, paz. Uma cidade panorâmica, que logo se abre toda aos olhos do turista. Gosto das cidades que não se fecham. Veja Paris, um exemplo de cidade panorâmica. O olhar entra logo na sua intimidade: o rio Sena, a Ille de la Cité, a Torre Eiffel...

Viena é assim. Vi o seu rio, o Danúbio Azul, que inspirou Strauss com uma bela página musical. O rio, porém, não tem nada de azul. E fiquemos por aqui, se não pego já um avião de novo...

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