E is aí a trindade máxima. Impossível imaginar o mundo sem essas três realidades. E vem a indagação: que seria da vida sem a Natureza, sem o...

A Natureza, o Homem e Deus

Eis aí a trindade máxima. Impossível imaginar o mundo sem essas três realidades. E vem a indagação: que seria da vida sem a Natureza, sem o Homem e sem Deus? E há quem não acredite em Deus, que tudo foi criado não por uma causa, mas pelo acaso. Você quer uma definição da Divindade, curta e certa? Por sinal é a primeira questão de “O Livro dos Espíritos”, de Allan Kardec. Não vejo definição melhor. E olhe que Deus não era nem para ser definido. Mas veja a questão que abre aquela obra. Lembrar que O Livro dos Espíritos é constituído de perguntas e respostas.

A pergunta é “O que é Deus?” Curioso. Por não é “Quem é Deus?” Ora, cronista, é por que “quem” implica numa pessoa. E Deus não é antropomorfo, isto é, não tem forma humana. Mas vamos logo à definição. Ei-la: “Deus é a inteligência suprema, causa primária de todas as coisas”. Aí está a Natureza, uma grande criação da Divindade. E vem Spinosa, o grande filósofo holandês, e disse que Deus é a Natureza. E quase o mataram por essa definição da divindade. Ainda bem que não foi atirado à fogueira, pois o mundo hoje é outro. Mas, antes... É só abrir a História.

Deus criou tudo. Criou o Universo, com suas estrelas, criou a Natureza, criou o Homem, criou até o mosquito da dengue, criou o mofo donde saiu a penicilina. E dizem que Ele criou até Satanás, um espírito rebelde, que mora no Inferno, onde nunca permanece, porquanto só vive atanazando os outros.

Certa vez, Napoleão, que acreditava em Deus, ia, com suas tropas caminhando pelo deserto, numa noite muito estrelada, quando, extasiado, perguntou a um famoso astrônomo, que integrava sua comitiva e que era cético em relação à existência divina: “Mestre, você acredita em Deus?” Imediatamente respondeu o sábio: “Ainda não estudei essa hipótese”. Aí Napoleão veio com a pergunta: e quem criou estas estrelas? O acaso? O sábio deu o silêncio como resposta.

É a tal coisa, Deus é a sua própria obra. O acaso não cria nada. Aludi à Natureza, ao ser humano e a Deus, justamente os temas que mais inspiraram o genial Beethoven. O Homem está na Quinta Sinfonia, uma espécie de biografia do gênio, a Natureza na Pastoral e na sonata Aurora, e Deus na Nona Sinfonia, a sinfonia da alegria, da transcendência.

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