Logo que recebi o seu telefonema, reservei o fim da tarde da última quinta-feira para lhe fazer uma visita. E foi uma grande alegria rever Wilson, agora ostentando, com muito orgulho, uma elegante cabeleira branca. Na ocasião, batemos um agradável papo, sob a carinhosa hospitalidade do casal anfitrião, a que não faltou um delicioso lanche.
Acontece que a alegria desse reencontro veio acompanhada de tristeza. Informou-me Wilson o recente falecimento do mestre Mauro Coelho, magistrado federal, ex-professor do velho Lyceu Paraibano, onde ensinava com muito humor, amor e cultura, a História do Brasil.
Mauro Coelho, se não estou equivocado, era tio do desembargador do trabalho, meu amigo e ex-colega Carlos Coelho, atual presidente da nossa Corte Trabalhista.
Voltando a Mauro, diante dele, tenho certeza que o filósofo grego Diógenes, que andava em plena luz do dia, de lanterna em punho, à procura de um homem honesto, apagaria e guardaria a sua lâmpada ao encontrá-lo. E diga-se de passagem que o nosso amigo Onildo, seu irmão, não fica atrás.
Feliz daquele que sai deste mundo levando consigo o céu da consciência tranquila, isenta de remorsos e ressentimentos. É o caso de Mauro Coelho, cuja vida foi um exemplo de dignidade e bom caráter, seja como magistrado, seja como chefe de família.
Lembro-me dele com muita fidelidade, um homem profundamente religioso. Seu espírito está em paz pela vida exemplar que levou, aqui no mundo. Uma vida que foi uma lição para todos nós.