Não censuro essa exaltação futebolística. Já fui tão fanático que na hora do jogo com o Brasil eu ficava tremendo que nem vara verde. Houve uma final da Copa que eu não aguentei assistir toda. Fui esconder minha emoção na praia. E fiquei esperando ouvir um foguetão anunciando um gol do Brasil.
Hoje a coisa mudou. Se eu for para a TV, será sem aquele entusiasmo de outrora. E talvez nem vá... Mas, se Deus é brasileiro como se diz, que o nosso país seja campeão. Mil vezes a gritaria, a exaltação, o culto da chuteira do que a guerra, que os Estados Unidos e a Rússia estão cogitando. Esses provocadores de guerra é que merecem o nosso repúdio.
Copa sim, guerra não. O povo brasileiro não cabe em si de contente. As bandeirinhas do país mais pacífico do mundo já estão tremulando nos carros. O país que deu berço ao maior médium do planeta, o nosso Chico Xavier, que morreu, justamente, quando o povo delirava com a vitória da “Pátria do Evangelho”, como dizem os espíritas. O Brasil de Chico Xavier.
E amanhã, terça-feira, é dia do meu aniversário. Um aniversário sem bolo, sem a modinha do “parabéns pra você”, quando se deseja para o aniversariante muitos anos de vida, uma prova de que todo mundo deseja a velhice, que é sinônimo de sabedoria. Sabedoria pra ver o povo contente, virando menino, ansiando pelo gol. O povo sem guerra, pacífico por natureza. Um povo sem Napoleão, sem Hitler, sem Stalin.
Sonhar com a bola na rede, com a Copa do Mundo, é melhor do que com a bomba atômica dos países fazedores de guerra. Vá ver que até as criancinhas, lá no Hospital do Câncer, estarão sorrindo e torcendo pelo Brasil... O povo é assim mesmo.