A propósito, ainda, do nosso corpo, o cosmo orgânico, muito desconhecido de todos nós, que tal abrir espaço para sua excelência o esqueleto...

O osso, que colosso!

A propósito, ainda, do nosso corpo, o cosmo orgânico, muito desconhecido de todos nós, que tal abrir espaço para sua excelência o esqueleto, a armadura que sustenta os nossos demais órgãos?

O grande cientista belga Vesalius, considerado o “Pai da Anatomia Moderna”, dizia que sem os ossos despencaríamos no chão como bolhas. Tudo que é carne desaparece logo com a morte, menos o osso. Está aí o esqueleto com o seu permanente sorriso triunfal.

Agora estou me lembrando de Shakespeare, no seu Hamlet, quando um dos personagens perguntava onde estaria Polônio e a resposta foi: “está num banquete, onde não come, mas é comido”, referindo-se ao túmulo.

A verdade é que os esqueletos, que moram nos cemitérios, chegaram a inspirar o grande compositor francês, Saint-Saens, a compor a genial “Dança Macabra”, uma impressionante página musical, em que os esqueletos, quando soa meia noite, saem dos seus túmulos e começam a dançar até que surge a alvorada e os dançarinos saem correndo para as suas covas.

Mas assim como há a “Dança do Fogo”, de Manuel de Falla, “A Valsa das Flores”, de Tchaikowsky, “A Dança das Horas”, de Ponchielli, por que os esqueletos não haveriam de dançar? Tudo é possível graças à imaginação.

Estou escrevendo aqui, e chega Alaurinda chamando atenção para a minha postura. A postura é tudo. Há pessoas chamadas “marrecas”, justamente, aquelas que andam curvadas.

Eu sempre convivi bem com o meu esqueleto, até que, um dia, me apareceu uma tal de estenose lombar, que terminou me levando para uma cadeira de rodas, numa das minhas viagens fora do país. E quem empurrou minha cadeira foi meu filho Germano. Sabe que cheguei a gostar do passeio sobre rodas, nas macias calçadas de Londres, que parecem um prato? Todo prefeito deveria dar, vez por outra, um passeio numa cadeira de rodas, para sentir o chão.

Voltemos ao esqueleto, com seu sorriso de caveira, como a dizer: ri melhor quem ri por último. Pena que a gente não possa mudar de esqueleto. Se isso fosse possível, não faltaria propaganda na TV. E quando víssemos uma pessoa muito espigada, diríamos logo num cochicho invejoso: “ela está de esqueleto novo”.

Cuidemos de nosso esqueleto, da postura e nada de preguiça. Há tantas ginásticas por aí. Presentemente estamos fazendo a gostosa hidroginástica, sob a orientação da jovem professora Catarina Guimarães, sempre atenta à nossa postura. E saímos da piscina com gosto de quero mais.

Viva, portanto, o osso. É ele que nos sustenta. A carne é fraca, forte é o osso. E cuidemos mais do nosso cosmo orgânico, que Deus nos deu, e nenhum homem é capaz de criá-lo. O homem que inventou o computador é incapaz de criar um mosquito. Mas Deus criou o nosso cosmo orgânico e o homem faz tudo para destruí-lo com a preguiça, álcool, droga, gula, fumo.

Mais um viva para os esqueletos que dançam, segundo a “Dança Macabra” de Saint-Saens, até chegar a madrugada, pois a vida não é nada mais do que uma dança.

Já está na hora de encerrar a crônica, e, antes que minha Lau venha com a recomendação: “cuidado com a coluna”, vou retirando os dedos do teclado deste computador, que se fosse um livro, levaria para a cama.

Mas fica o lembrete: não se esqueça de sua postura, assim como da compostura.

COMENTE, VIA FACEBOOK
COMENTE, VIA GOOGLE

leia também