O futebol é o único esporte que alucina os povos. Nele há sorrisos e lágrimas, gritos e silêncio, correrias e quedas, cartões vermelho e amarelo, apito do juiz, que é uma espécie de deus. E haja torcida, corações querendo sair do lugar, povos se unindo e, por alguns momentos, esquecendo a guerra.
E o nosso Chico Xavier foi homenageado pela FIFA, que escolheu para símbolo desta Copa uma imagem que lembra a silhueta de seu rosto em plena atividade psicográfica. Acaso ou não, terminou sendo uma justa homenagem a um homem que foi pobre, enxergava pouco, um homem de cultura primária, que escreveu livros de ciência, filosofia, literatura, sem ganhar um centavo. E escrevia de olhos fechados (isto já é demais), cujos dedos seguravam um lápis.
Confesso que, a princípio, não acreditei no que via. Sim, o grande missionário da mediunidade com Jesus, foi homenageado pela FIFA. E viva o futebol que está unindo os povos, o futebol cuja bola não é atômica, por conseguinte, não destrói populações.
Não esquecer que o nosso país tem a forma geográfica de um coração, que nunca teve tiranos, que prefere, segundo o hino, dormir em berço esplêndido ao som da Natureza.
Mas está bom de colocar um ponto final na crônica. A tarde está num silêncio profundo, bom para a reflexão. Quase todo mundo diante da TV assistindo aos jogos da Copa.
Vamos Brasil, vamos Brasil de Chico Xavier, vamos Brasil que nunca fez guerra, mas adora fazer gols. Vamos Brasil de Machado de Assis, Brasil de Anchieta, que escrevia poemas na areia da praia. Poemas que as ondas do mar apagavam. Brasil que tem nome de árvore, o famoso Pau Brasil.
Pouco mais vou ver o Brasil jogando. E Alaurinda acaba de me dar uma camisa verde-amarela para aumentar meu entusiasmo brasileiro. Viva o futebol, o futebol da grama e da vida!