Lembrar que temos dentro de nós um cosmo tão magnífico como aquele que atraía o olhar e a atenção de Pascal. Um cosmo que não que está fora de nós. Um cosmo que eu chamaria de cosmo orgânico, isto é, o nosso corpo, esta maravilha das maravilhas que Deus nos deu. E eu estou lendo, aqui, que o nosso corpo tem centenas de trilhões de vidas microscópicas – as células. Milhares de quilômetros de artérias, veias e vasos, que dariam para contornar duas vezes toda a superfície da Terra.
O extraordinário Francisco de Assis chamava o nosso corpo de jumentinho, e o não menos extraordinário Chico Xavier dizia que o seu corpo era seu maior amigo. Levava-o para onde desejasse. E lembrar que o corpo do maior médium do mundo era frágil e doente. Não esqueçamos que o nosso corpo é a morada temporária do nosso espírito. Sem ele, que seria de nossa vida?
O famoso médium Divaldo Franco escreveu que “um corpo, mesmo limitado, enfermiço ou anormal é o maior tesouro que Deus oferece a um espírito devedor.”
E surge a indagação: como é que estamos cuidando desta maravilha que Deus nos deu? Que respondam os alcoólatras, os comilões, os usuários de drogas, os sedentários, os fumantes.
O nosso cosmo orgânico está necessitando de cuidados permanentes. E saber que há sujeito que cuida melhor do carro do que do corpo. Não deixa a poeira e a lama sujarem o motor do veículo, mas ingere cachaça no organismo.
O homem deveria conhecer o seu corpo tanto quanto os anatomistas. Outrora, como era difícil estudar esse nosso veículo de carne e osso! O genial Leonardo Da Vinci teve de roubar cadáveres no cemitério para estudar a anatomia do nosso corpo.
Cuide-se do espírito, mas não esquecemos a casa onde ele mora. Toda vez que eu volto do cooper sinto o sangue fervilhando nas veias, o coração pulando de alegria, desejando também correr. Lembremos que Jesus, nas suas muitas caminhadas, também fazia cooper. E o fazia com suas alpercatas. Só deixou de andar quando, somente uma vez, montou num burrico, que pediu emprestado.
E muita gente por aí, sedentária, anda carregando um corpo disforme. Há pessoas que já não enxergam mais os pés devido ao volumoso ventre.
Como disse, Pascal se abismava ao contemplar o céu estrelado, mas ignorava ainda que trazia consigo um cosmo.
E sabem qual o transporte que o nosso corpo utiliza para levar alimentos às famintas células? Ora, ora o sangue. Se o corpo é uma cidade, o sangue são seus rios.
Vamos, portanto, cuidar bem desta cidade. Nada de poluição. Um certo escritor disse que o estômago, os pulmões, o coração, a todo momento, estão rogando por uma boa alimentação, ar puro e exercícios físicos.