Nunca durmo sobre o coração. Sabe por que? Por que aquelas batidas me dão medo. Medo que o coração pare. E, certa vez, ele saiu do ritmo provocando grandes palpitações. Sabe o que era? O fumo. Se eu não tivesse deixado o fedorento vício, já teria morrido.
Lembremos de que o coração é o órgão do amor, das emoções. Inspirou muitas modinhas populares cantadas por um Carlos Galhardos ou um Orlando Silva.
O coração é minha paixão. E ele adora exercícios físicos. Atendo-lhe com o maior gosto. Dizem que Napoleão caminhava pelo deserto com os seus soldados e sábios, quando, diante do céu estrelado: gritou para um famoso astrônomo: “Deus existe”? O sábio respondeu: “Ainda estou estudando esta hipótese”. Aí Napoleão perguntou-lhe: “Se Deus não existe, quem fez estas estrelas?” O sábio calou-se. Acontece que Napoleão se esqueceu do corpo humano, uma das maravilhas criadas por Deus.
Lembrar que o nosso país, cognominado como o Coração do Mundo, pátria do Evangelho, geograficamente, tem a forma de um coração.
Eu tenho uma grande admiração aos cardiologistas. Na próxima existência, talvez opte por essa profissão. Agora, uma coisa estranha, que, vez por outra, acontece comigo: sinto o coração coçar. Chego a massagear o peito. E nada. Informei tal fato a alguns cardiologistas e eles sorriram, inclusive o Dr. Fernando Lianza Dias, filho do grande cardiologista Antônio Dias, que tive a honra de conhecer, uma simpatia de pessoa: educado, discreto e sincero. Outro dia ele foi homenageado pela Sociedade de Medicina, com muita justiça. Lamentei não ter podido ir.
Mas esqueçamos as coceiras cardiológicas e prossigamos na crônica. Lembremos que Jesus, certa vez, aconselhou: “não se turbe o vosso coração.” Nada, portanto, de pessimismo, tristeza, desânimo.
E que tal estas palavras do lúcido Emmanuel na psicografia de Chico Xavier: “O coração puro é garantia para uma consciência limpa e reta e quem dispõe da consciência limpa e reta vence todas as perturbações e toda treva, por trazer em si mesmo a luz irradiante para o caminho. ”
Se eu pudesse, todos os dias eu beijaria meu coração. Não é apenas uma bomba, levando o sangue para todo o nosso corpo. Ah, que medo eu tenho dos enfartes...
É bom, vez por outra, verificar a pressão. Coisa que faço sempre. Graças a Deus tenho pressão de menino. Mas, agora, com a
Copa do Mundo, imagino como os corações brasileiros vão sofrer.
Encerremos a crônica com estas palavras de Antoine de Saint-Exupery: “Eis meu segredo – disse a raposa - só se vê com clareza com o coração.