Menino de 3 anos, fui operado de um caroço na nuca, cuja cicatriz ainda continua. E quem o tarjou foi um farmacêutico de Alagoa Nova.
Vamos a outra enfermidade: a asma ou “puxado”, que me deixava no leito noite adentro. Minha mãe suavizava a situação contando-me belas histórias, desde Branca de Neve a Ali Babá e os 40 ladrões. Minha imaginação delirava. A doença me deixava arquejante. Fiquei bom da asma, mas com saudade das histórias que ouvi na voz doce de minha mãe.
De lá pra cá, a saúde não foi mais afetada. Depois vieram o sarampo, a urticária e papeira. Doenças da moda. Eu me vangloriava dessas enfermidades. Há pessoas que adoram contar as doenças que já teve, como estou fazendo agora.
Continuei com uma saúde de ferro, até que apareceram umas tonturas. Tive de ir a um neurologista de Recife, Dr. Manuel Caetano. E as tonturas foram desaparecendo, e entrei num período de ótima saúde. Meu propósito, agora, era me preparar contra as enfermidades. Comecei a praticar as caminhadas, aqui em Tambaú e cuidar de uma boa alimentação. E quem nos incentivou para isso foi meu filho caçula, Germano, que conheceu a alimentação integral através de uma amiga. E viva os grãos e cereais que continuam acedendo meu apetite, sem esquecer a papa de aveia!
De lá para cá eu tive uma saúde de ferro. E tudo começou quando aboli o vício do cigarro. Não fosse isso, já estaria domiciliado no Cemitério da Boa Sentença. Quem não pode se livrar desse vício está se suicidando.
Mas vamos adiante. Nestes últimos tempos, fui acometido de uma estenose lombar. E a crise ocorreu justamente no início de uma viagem a Israel e Europa. Passei muitos dias com dificuldade de andar, mas, mesmo capengando, ainda deu pra conhecer vários lugares narrados pelo Evangelho, em Jerusalém. E cheguei até a me sentar numa pedra que, ao que se informou, recebeu as vibrações do Mestre.
Mas a estenose continuava a doer fortemente, a ponto de procurar uma cadeira de roda. Tive de fazer uns exames num grande hospital de Tel-Aviv. Sofri muito, até que chegou a vez de terminar o nosso circulo de viagem, em Londres. Não andava mais a pé e sim na cadeira de roda, que foi uma maravilha. Rodei várias ruas londrinas sentado na macia cadeira. E sabe quem me empurrava? Meu Germano.
Caminhando no chão de Londres eu vi como o seu calçamento é um prato. Não se vê um obstáculo ao deficiente naquela superfície de cidade supercivilizada. E vem, aqui, esta ilação: todo prefeito deveria andar numa cadeira de rodas, como instrumento de trabalho, para se informar do estado de conservação das calçadas. E viva meu “filho Babá”, e os cuidados de minha adorável Alaurinda!
A vida tem desses imprevistos, que se transformam em lições. E, aqui para nós, é na enfermidade que a gente reflete, e refletindo, amadurece.
Mas, viva a saúde, seja a do corpo, seja a do espírito, a mais importante!