O busto de Epitácio aponta para o mar de Tambaú, a mais de seis quilômetros. Mas, ao mesmo tempo, simboliza um gesto histórico do estadista, quando na tribuna do Congresso apontava para a miséria da seca do sertão paraibano. E, agora, para onde o busto estaria apontando? Seria para a praia mais bonita do Nordeste?...
Mas vamos ao outro busto, o busto do almirante, que deveria estar olhando para o mar, e não de costas. Pensando bem, o almirante tem razão em dar as costas àquele mar, que está cada vez mais poluído. O busto parece querer expulsar os vendilhões do templo, com suas barracas, uma delas vendendo até frutas e comidas. E que dizer das barracas e táxis ali perto estacionados, obstruindo o final de nossa mais importante avenida? Já se viu isso em alguma metrópole que se preze? Já imaginaram a Champs Elysées, de Paris, com o Arco do Triunfo cheio de vendagem?
Mais ainda, já imaginaram aquela decantada e nobre avenida parisiense com seu terminal servindo de palco de tudo que é festança? E haja poluição sonora e mictórios fedorentos espalhados por toda a parte.
Agora, olhando o busto de Epitácio, do outro lado, parece que ele está apontando, não mais para a tragédia da seca, mas para tragédia da poluição em torno do respeitável busto do almirante Tamandaré. E ninguém protestando...
A avenida mais nobre, mais bonita, mais elegante da capital, que desemboca na bela Tambaú, transformada, no seu final, numa bagaceira, num sanitário. E ninguém está vendo isso...