E decerto foi um festão depois que o crucificado expirou. E houve até blocos com bandas e seus pitorescos nomes, a exemplo de “Maçã Podre”, ”Coceira no sovaco”, e assim por diante.
E os grandões e poderosos armaram camarotes para assistir à festa do povo. Estavam, lá Pilatos, Herodes, Caifaz e outros. Sorrindo, Pilatos cochichava para os amigos, fazendo alusão ao povo: “Esta gente precisa se divertir. Afinal, são eles quem nos elegem, que pagam os impostos”
Lá no alto, a cruz estava vazia. O perturbador da ordem morrera, o homem que desejava ensinar o povo a aprender a verdade que liberta.
E haja excessos alcoólicos, haja gritaria, haja poluição sonora. O mais animado era Barrabás, que fora solto pelos políticos, no lugar do Cristo. Estava fantasiado de mulher. E chegou a gritar bem alto: ”Mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar”...
Pilatos não cabia em si de contente: “O povo precisa desta alegria. O nazareno era um ingênuo, que nem soube responder à pergunta que lhe fiz - O que é a verdade?”
O barulho, ou melhor, a poluição sonora era enorme. O álcool enchia as consciências. É necessária a distração. A distração impede a reflexão. E viva o barulho, e viva a bebedeira, que a vida é passageira. Até rimou...