Há os que acreditam em outra vida, há os que acham que a vida termina no túmulo, onde o corpo vira alimento para os irmãos vermes, e os que acreditam que a vida continua em outras dimensões; Há os que crêem no paraíso do Nada, e assim por diante.
Há os incapazes de matar uma formiga, à semelhança de Goethe, que pisava atento para não esmagar sequer um inseto; há os que põem pássaros em gaiola. Há os nervosos, que, no trânsito, apitam de instante a instante, os sem paz interior. Há os que estão destruindo a saúde e a vida com os cigarros que fumam, os que levam seus problemas para a cama e não conseguem dormir, cheios de inquietações. E há os que dormem de roncar, na maior tranqüilidade, e com a consciência tranquila.
Há os que não lêem, embora não sejam analfabetos e outros que só não conseguem ler quando estão comendo ou tomando banho. Há os que se mordem de inveja com o sucesso dos outros e os que aplaudem o êxito do seu semelhante.
Há os que amam, há os que odeiam; os que elogiam e aplaudem a glória dos outros, e os que amargam de invídia. Há os que cantam, há os que rosnam.
Há os que fazem da política um meio de vida e há os que esquecem a si mesmos em favor do bem coletivo.
Há os quem limpam leprosos como Madre Tereza de Calcutá e há os que, com um lápis apenas, nada de computador ou iPad, escrevem uma verdadeira literatura, abordando temas de ciência e filosofia.
Sim, há também este cronista, que não tem nada a ver com a vida dos outros.