J á li muitos livros sobre a felicidade, que se não me fizeram mais feliz, pelo menos me deram tranqüilidade interior. E a melhor definição ...

A felicidade

Já li muitos livros sobre a felicidade, que se não me fizeram mais feliz, pelo menos me deram tranqüilidade interior. E a melhor definição que encontrei sobre essa deusa foi a seguinte: “Felicidade é ter a consciência tranquila”. E o que é uma consciência tranquila? É uma consciência sem remorsos, arrependimentos, frustrações, mágoas e ódio. Difícil, não?

E nessa transição de ano eu andei tateando os livros de minha biblioteca e fui encontrar um de autoria do filósofo Bertrand Russel, cujo título é “A conquista da felicidade”, cheio de anotações minhas... O simpático e lúcido pensador inglês escreveu sobre um tema da chamada Autoajuda, que é mais se vê nas livrarias, porquanto as depressões estão infelicitando muita gente. Depressões que vêm das frustrações. E a maior delas é o exercício de uma profissão para a qual não se tem vocação, por melhor que seja a remuneração. Uma prova de que o dinheiro não é tudo.

Em seu livro, Bertrand Russel aponta a inveja como um revólver apontado para a gente. Infeliz, portanto, quem inveja. E chega a esta assertiva: “Os mendigos não invejam os milionários, mas invejam quando outro mendigo melhora de situação”.

Outra causa de infelicidade é o medo da opinião pública – diz o filósofo, pois o importante é o que você pensa. Russel ainda preleciona que quanto mais a gente possui interesses, melhor, pois mais interessante a vida se lhe torna.

Outro fator de felicidade: interessar-se pelos outros, consequentemente não ser egoísta. E conclui este filósofo sereno e feliz: “A fórmula da felicidade é ter apetite para a vida assim como temos apetite para a comida”. Nada de enjôo existencial, nada de náuseas.

E ele narra uma história que um rei pediu aos seus assessores que saíssem pelo mundo e lhe trouxessem a camisa de um homem feliz. Os assessores andaram, procuraram, e a resposta das pessoas era sempre negativa, até que avistaram um pescador à beira de um lago, pescando. E perguntaram se ele era feliz. Este disse que sim. Aí lhe pediram a camisa. O homem respondeu que nunca tinha vestido uma camisa...

Termino a crônica e constato que também estou sem camisa, aqui, no gabinete, não diante de um lago, mas de um computador. Porém, feliz!

E muita paz para os leitores neste balbuciar de 2014.

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